Quatro condições necessárias

Assim como os pontos cardeais são quatro, quatro são também as condições para se tornar um pregador e posteriormente um formador de pregadores.

Esses quatros requisitos são a base insubstituível para todo evangelizador.

 O pregador necessita:

-Experiência de Salvação

- Zelo pelo Evangelho

- Analise da realidade

- Viver o Evangelho

Experiência de Salvação

“Não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos” (At 4,20)

A primeira experiência de todo evangelizador é haver tido uma experiência pessoal de salvação. Não basta somente saber muita doutrina, ser diplomado em teologia ou ter titulo e função na igreja. É necessário ter nascido de novo, com exigia Jesus do sábio Nicodemos (Jo 3,3).

O evangelizador não e um mestre, mas sim uma testemunha: proclama Jesus salvador e dá testemunho do que viu e ouviu. Não só que Deus é amor. Ele teve a experiência pessoal de ser amado incondicionalmente. Já teve seu encontro pessoal com Jesus e proclamou seu salvador pessoal e Senhor de toda a sua vida. O Espírito Santo o marcou com o zelo indelével. Se proclama que Jesus salva, é por que antes ele já viveu essa salvação na própria carne.

Quando Jesus libertou o homem possuído por uma legião de demônios, deu-lhe essa ordem: vai para casa, para junto dos teus e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti e como se compadeceu de ti (Mc. 5,20). Somente quem teve experiência de salvação pode dar testemunho eficaz do poder do evangelho.

Zelo pelo Evangelho

O zelo de tua casa me consome (Jo 2,17)

O zelo pelo evangelho é um fogo implacável no coração, que não se deixar extinguir e que procura incendiar a todos. É uma espada afiada que não se detém diante de nenhuma dificuldade, ate deixar semeada a semente da palavra de Deus no mundo. É boca de profeta que não cala os respeitos humanos estruturas asfixiantes ou medo disfarçado de prudência.

Esse zelo deve converter-se em paixão que coloca o trabalho evangelizador acima de qualquer outra coisa na vida. E mais: é necessária a obsessão de que o que importa na vida é anunciar a pessoa, a vida e os ensinamentos de Jesus, assim como instaurar seu reino de justiça, gozo e paz neste mundo.

Paulo estava cheio desse zelo quando exclamava: Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho (I Cor 9,16), por isso era capaz de superar todas as adversidades que nos conta em II Cor 11,23-29.

Análise da realidade

Eu sou o Bom Pastor e conheço as minhas ovelhas (Jo 10,14).

Se o Bom Pastor conhece cada uma de suas ovelhas e as chama por seu nome, cada evangelizador tem que ser sensível à situação de vida das pessoas, grupos ou povos que evangelizam. De outro modo não chegará a enraizar profundamente o Evangelho.

A mensagem não é uma camisa de força que se impõe, e sim uma opção que se propõe a homens livres, para que com sua vontade tome a sua decisão de viver o Evangelho, implantando os valores do reino em sua realidade histórica.

As estruturas sócio-políticas e culturais são terrenos onde se semeiam a Palavra. Nesse marco concreto, o Evangelho se encarna para transformar as situações de pecado. È igualmente necessário levar em conta o processo religioso e de vida de fé da comunidade, já que o receptor da mensagem e a resposta que ele dará são partes da evangelização.

O capítulo 16 da carta aos Romanos é um maravilhoso testemunho de um evangelizador que conhece a comunidade antes de evangelizá-la.

Viver o Evangelho

Vivam de uma maneira digna da vocação a que foram chamadas (Ef 4,1).

Definitivamente, o estiolo de vida do evangelizador determina mensagem que ele transmite, seja porque adquire alta reputação, seja porque se desprestigia. O evangelizador não é um frio transmissor e uma propaganda, mais ele encarna a mensagem, convertendo-se ele próprio, com seu estilo de vida, em parte da mensagem.

Isso exige, portanto, que ele creia profundamente naquilo que prega e que viva de acordo com o que crê. O evangelizador no é um simples propagandista. Vive de acordo com a mensagem que transmite.

Se não existe harmonia entre a vida e a mensagem, ela desvirtua-se e é mal interpretada, pois não é possível esperar que os outros creiam naquilo que o evangelizador não professa.

Paulo, porque vive o que prega, atreve-se a dizer: Sejam meus imitadores como eu mesmo o sou de Cristo (I Cor 11,1).