segunda-feira, 19 de setembro de 2011

!!!!!!!!!!!OFICINA DE DONS!!!!!!!!!!!



CARISMAS


“Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados” (Mc 16, 17-18).

1. Introdução

Os carismas eram comuns no início da Igreja. Basta ler os Atos dos Apóstolos e as cartas de São Paulo. Depois, por alguns séculos eles se mantiveram restritos aos grandes santos. Assim, pensava-se que os carismas eram para alguns homens e mulheres reconhecidamente santos, místicos e penitentes.
Os carismas, portanto, não são novidades trazidas pela Renovação Carismática Católica, a não ser no aspecto do seu exercício nos tempos atuais. Os grupos de oração tornaram possível a sua manifestação em maior intensidade, percebendo sua qualidade de “dom” para todos os que crerem, conseqüência normal do batismo no Espírito. “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem” (Lc 11,13).
Mas foi o documento conciliar Lumen Gentium que traçou as primeiras diretrizes sobre carismas para os tempos atuais:

“...O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis (...) dirige-a mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos. (...) Não é apenas através dos sacramentos e dos ministérios que o Espírito Santo santifica e conduz o Povo de Deus (...), mas, repartindo seus dons a cada um como lhe apraz (1 Cor 12,11), distribui entre os fiéis de qualquer classe mesmo graças especiais (...) Estes carismas, quer eminentes, quer mais simples e mais amplamente difundidos, devem ser recebidos com gratidão e consolação, pois que são perfeitamente acomodados e úteis às necessidades da Igreja. Uma vida mais plena no Espírito Santo, a unção carismática do Espírito, contempla a Igreja com toda uma amplitude de dons.”

Os carismas estão amparados na doutrina da Igreja, além de serem fundamentados biblicamente. Esses dons de adoração, louvor e oração aprofundam a dimensão contemplativa da fé cristã e as dádivas de serviço animam uma vida de santidade. “Todos os carismas trazem nova docilidade ao Espírito, a fé esperançosa na salvadora intervenção de Deus nas questões humanas, acentuado zelo pelo Evangelho e o respeito pela autoridade da Igreja.”
Nesse sentido, é necessário afirmar a atualidade dos carismas e promovê-los como realidades necessárias à evangelização e ao crescimento pessoal de cada cristão. “A vida batizada no Espírito é marcada por uma experiência de união dinâmica com Deus e também por uma experiência de carismas doados pelo Espírito Santo.”
 São Pedro aviva essa esperança: “Pois a promessa é para vós, para os vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus” (At 2, 39). A promessa é, portanto, para todos os tempos. O exercício dos carismas é tanto mais necessário por causa das dificuldades do tempo presente, marcado pela indiferença religiosa e pelo abandono dos valores espirituais e morais do cristianismo; esse tempo cobra não só um testemunho autêntico dos cristãos convictos, como também demonstrações do poder do Espírito.

Convém abalizar dons efusos, que é matéria deste estudo, dos dons infusos, que também são carismas do Espírito, mas que se distinguem daqueles:

a) Dons infusos - temor de Deus, fortaleza, piedade, conselho, conhecimento, sabedoria e discernimento (cf. Is 11, 1-3). Num total de sete, esses dons são concedidos para a pessoa (infundidos), aprimoram e reforçam as virtudes, constituindo-se em benefícios para o crescimento pessoal;

b) Dons efusos – línguas, profecia, interpretação, ciência, sabedoria, discernimento dos espíritos, cura, fé e milagres (cf. 1 Cor 13, 8-10). Num total de nove, esses dons são para o serviço e o bem comum e são concedidos como manifestações atuais, de acordo com a vontade de Deus.

            Aqui serão estudados os carismas efusos, que são realidades manifestas nos grupos de oração da Renovação Carismática, constituindo-se num dos aspectos de sua identidade

DONS INFUSOS E EFUSOS
Os dons infusos, ou crismais, são: Temor de Deus, fortaleza, piedade, conselho, conhecimento, sabedoria e discernimento. Num total de sete, esses dons são concedidos para a pessoa para aprimorar as virtudes, e para o crescimento pessoal. (Is, 11,1-7)
Os Dons Carismáticos ou efusos nos os recebemos quando acolhemos a efusão do Espírito Santo. Por isso são chamados de dons efusos, isto é, dons que são derramados em nós juntamente com a efusão do Espírito Santo. Permanecem em nós à medida que nos abrimos ao Espírito Santo e à manifestação deles
São para o serviço da comunidade, para a evangelização.
Capacitam-nos para anunciarmos o Evangelho com a autoridade de Jesus e com eficácia.

Os dons efusos são: línguas, profecia, interpretação, ciência, sabedoria, discernimento dos espíritos, cura, fé e milagres. São nove, os mais comuns em Corinto, não sendo os únicos, esses dons também são conhecidos como carismas e São Paulo os chama de “manifestação do Espírito Santo dado a cada um para proveito comum” (1Cor 12,7).
Semelhanças
Mesma fonte: O ESPÍRITO SANTO.
São dádivas de Deus. Não dependem de nosso merecimento, mas sim dos méritos (dos merecimentos) de nosso Senhor Jesus Cristo.
Diferenças
DONS DE SANTIFICAÇÃO:
O Espírito Santo não espera a manifestação de nossa vontade para dá-los a nós (Os recebemos desde criancinha, no nosso batismo, bem como no momento da crisma, que confirma o nosso batismo). Estão infundidos em nós para serem usados a qualquer tempo. Entretanto o Espírito Santo espera a adesão de nossa vontade para pô-los em operação
São para nossa santificação.
Capacitam-nos para sermos testemunhas de Cristo.

DONS CARISMÁTICOS
Os recebemos quando acolhemos a efusão (derramamento) do Espírito Santo. Por isso são chamados de dons efusos, isto é, dons que são derramados em nós juntamente com a efusão do Espírito Santo. Permanecem em nós à medida que nos abrimos ao Espírito Santo e à manifestação deles


Os carismas são dons, graças, presentes, dados pelo Espírito Santo, “mas um e o mesmo Espírito distribui todos esses dons, repartindo a cada um como lhe apraz(1 Cor 12,11):

“A palavra ‘carisma’ (chárisma) é oriunda da língua grega e significa ‘dom gratuito’. Ela encontra seu significado fundamental na raiz ‘char’- que indica tudo aquilo que produz bem-estar; assim é que temos cháris, querendo significar ‘graça’, ‘dom’, ‘favor’, ‘bondade’; charízomai, no sentido de fazer um dom gratuito, mostrar-se generoso. O sufixo ‘-ma’ exprime na língua grega o resultado da ação indicada pelo verbo, o seu efeito, o que pode denotar também o caráter objetivo da concessão e da experiência da graça. Portanto, o significado geral e fundamental de ‘chárisma’ poderia ser: dom concedido por pura benevolência, que é, ao mesmo tempo, o objetivo e o resultado da graça divina, do presente que Deus faz aos homens”

Em sentido restrito, os carismas são manifestações extraordinárias do Espírito Santo para proveito comum. Eles exercem papel fundamental na evangelização, ou seja, na expansão do cristianismo, o que reforça sua importância e dignidade. O padre Luiz Fernando R. Santana aprofunda o assunto e alerta:

“A maciça presença de chárisma nos escritos de Paulo já é suficiente para mostrar quanto o termo, em seu significado e conteúdo, era caro para a teologia do apóstolo. Desde o início de seu apostolado, Paulo tem em alta estima a presença e ação dos dons e carismas do Espírito na vida da Igreja e dos fiéis batizados, até mesmo exortando a comunidade a que tivesse o cuidado de não extinguir o Espírito, de não desprezar as profecias, mas de verificar tudo com um discernimento sábio e sóbrio (Cf. 1 Ts 5, 19-22). Disso inferimos que, para Paulo, os carismas e os ministérios são os instrumentais privilegiados na edificação do Corpo de Cristo e na realização do desígnio de Deus na história; ambas as realidades possuem igual importância e dignidade, uma vez que emanam do mesmo Espírito e estão ordenadas, cada uma naquilo que lhe é específico, a um mesmo fim. Ainda podemos deduzir que existe uma interdependência no que diz respeito à relação ‘carismas-ministérios’, o que faz com que a dimensão carismática da Igreja na teologia paulina seja um tema de primeira grandeza.”

      Pelo seu próprio caráter, dom não implica santidade. Na verdade, qualquer pessoa pode receber os presentes de Deus (cf. At 10, 34). Porém, não se pode esquecer que quem não tem vida espiritual e reta intenção de agradar a Deus, certamente usará mal os carismas, pois não cultiva a necessária união com Cristo (cf. Jo 15, 4-5), para querer o que Deus quer.

3. Quando utilizar os carismas

É difícil precisar em que momentos utilizar os carismas do Espírito. O seu exercício deve se dá sempre, notadamente quando as situações o exigirem. Sendo a graça do Espírito uma realidade perene na vida humana, os carismas por sua vez, tornam-se também profusamente inseridos na vida daqueles que foram batizados.
No entanto, é preciso dizer que os carismas são realidades atuais e não adquiridas por posse. É o Espírito que opera tudo em todos (cf. 1 Cor 12, 6-7), a seu querer. Assim, “a um, o Espírito dá uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, segundo o mesmo Espírito; a outro, a fé no mesmo Espírito; a outro, o dom das curas, nesse único Espírito; a outro, o operar milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o falar diversas línguas, a outro ainda o interpretar essas línguas” (1Cor 12,8-10). Não seria justo, portanto, atribuir a uma pessoa ou grupo de pessoas específico a contenção exclusiva de qualquer manifestação carismática; nem mesmo se pode dizer que alguém “tem” este ou aquele dom, pois cada manifestação é única, mesmo que se processe com muita freqüência através de determinadas pessoas. Talvez ao dom de línguas possa se atribuir um caráter mais perene e sob controle, por se tratar de um dom de oração, mais para edificação pessoal (cf. 1 Cor 14, 4).
Contudo, não se pode cair no equívoco de reduzir os dons do Espírito a algumas ocasiões especiais. Eles foram dados em profusão nos tempos atuais. Pode ser cultivada uma constante expectativa em relação à sua manifestação, como para o derramamento do Espírito
Peculiarmente, a ação evangelizadora constitui um momento preciso de vivência dos dons efusos. A missão da Renovação Carismática Católica é evangelizar a partir do batismo no Espírito Santo, formando o povo de Deus em santidade e serviço. Para evangelizar o povo de Deus com unção e poder são necessários os carismas. Quando utilizados de forma livre, consciente, na hora necessária, levam as pessoas a terem uma experiência da presença real de Deus, que manifesta o seu infinito amor:

“A ‘força do Espírito Santo’ (At 1, 8) derramada nos corações dos cristãos, manifestação do amor e do poder de Deus, provoca uma significativa diferença entre a ação evangelizadora de uma pessoa que se deixa conduzir por ela e uma que age sem ela. Aquele que evangeliza com os dons carismáticos multiplica as possibilidades humanas. A investidura carismática em comunidades da Igreja, em todo mundo, tem gerado e sustentado grande número de evangelistas dedicados e eficientes, com novo vigor, com nova capacitação, nova alegria, novo jubilo, nova exaltação e louvor, levando em si o poder transformador do Espírito (Cf. 1 Cor 2, 1-5) que toca crianças, jovens, adultos e idosos de todo tipo de raça e cultura.”

O uso dos carismas não é só um direito, é um dever de todos os fiéis. “Da aceitação destes carismas, mesmo dos mais simples, nasce em favor de cada um dos fiéis (...) o dever de exercê-los para o bem dos homens e a edificação da Igreja dentro da Igreja e do mundo”.
Pode-se constatar na prática apostólica que, quando a evangelização é acompanhada de carismas, colhem-se frutos abundantes: os carismas fazem diferença e são eficazes na evangelização, quando exercidos na caridade.

4. Os dons efusos e a caridade

Jesus deu o mandamento do amor: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amo” (Jo 15, 12.17). São Paulo apresenta o trabalho apostólico realizado no amor. Não um amor qualquer, mas o amor “ágape”, amor doação a Cristo e aos irmãos:

      “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria! A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá. Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade” (1Cor 13,1-3.9s.13).

Os capítulos 12 a 14 da carta aos Coríntios, que tratam dos carismas e suas manifestações, são verdadeiros referenciais para se viver a vida nova, guiada pelo Espírito Santo, exercendo os seus dons de maneira autêntica e frutuosa. Eles contêm regras básicas e orientações seguras. Outras recomendações podem ser encontradas em Ef 4, 15.30; Rm 12, 6-8; 13, 8-10; e 1 Tess 5, 14-15. 19-21.
Jesus dá a regra para verificar o valor do trabalho: “Pelos frutos os conhecereis” (Mt 7,16). São Paulo também fala: “o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5,22-23). Dessa forma, o bom uso dos carismas é garantido pelo amor, que é o dom por excelência e que atribui sentido aos outros dons. Os carismas, portanto, são fundamentados na caridade:
     
“Sejam extraordinários, sejam simples e humildes, os carismas são graças do Espírito Santo que, direta ou indiretamente, têm uma utilidade eclesial, ordenados que são à edificação da Igreja, ao bem dos homens e às necessidades do mundo. Os carismas devem ser acolhidos com reconhecimento por aquele que os recebe, mas também por todos os membros da Igreja. São uma maravilhosa riqueza de graça para a vitalidade apostólica e para a santidade de todo o Corpo de Cristo, desde que se trate de dons que provenham verdadeiramente do Espírito Santo  e que sejam exercidos de maneira plenamente conforme aos impulsos autênticos deste mesmo Espírito, isto é, segundo a caridade, verdadeira medida dos carismas”.

5. Os carismas devem ser pedidos com fé e exercidos na humildade

            É exatamente por causa do amor que os dons efusos devem ser almejados. “Empenhai-vos em procurar a caridade”, encoraja São Paulo (cf. 1 Cor 14, 1a); e acrescenta: “aspirai igualmente os dons espirituais, mas sobretudo ao da profecia” (cf. 1 Cor 14, 1b). A motivação deve ser o uso em benefício dos outros, para ajudar o povo de Deus a alcançar a santidade.
            Por isso, os carismas devem ser pedidos com fé e sem temor. Embora eles sejam distribuídos conforme apraz ao Espírito, nada impede que o crente aspire e peça os dons, para que seu testemunho seja permeado de sinais (cf. 1 Cor 2, 4-5). “Só aqueles que reconhecem o valor dos dons na sua vida cristã e no serviço aos irmãos são impulsionados a pedi-los ao Pai, como Jesus mesmo nos ensinou: ‘Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater se lhe abrirá’ (Lc 11,9-10)”.
            Para o exercício prático dos carismas, não se deve esquecer três coisas fundamentais:

a) Humildade

            É preciso vigiar para não cair na tentação de achar que os dons são méritos alcançados, recompensas de Deus por esforços desmedidos. A humildade faz perceber que o cristão é um administrador dos bens do Senhor (cf. Lc 16, 1-3) e que nenhum “carismático” se basta a si mesmo. Deus constituiu a Igreja como um corpo (cf. 1 Cor 12, 12-29), de tal maneira que um carisma só se plenifica no conjunto da comunidade. “Exercer os carismas na humildade é exercê-los sem exibicionismo, sem buscar prestígio, honra, poder. (...) É também exercê-los sem auto-suficiência (cf. Mt 18,3-4), sem individualismo, sabendo que necessitamos da ajuda dos irmãos para confirmar ou discernir a vontade de Deus para o seu povo...”.

b) Harmonia

            O exercício dos carismas, sobretudo nas reuniões de oração, deve obedecer a um ritmo harmônico, jamais exaltado ou demasiadamente estrondoso (cf. 1 Cor 14, 26-27). A força de um carisma não consiste na tonalidade que lhe é imposta ou no tipo de expressão que o acompanha, mas na utilidade objetiva que tem para a comunidade.
            Assim, embora marcados pela espontaneidade e expressividade, os carismas se inserem na vida cristã sem causar escândalos. “Porquanto, Deus não é Deus de confusão, mas de paz” (1 Cor 14, 33).
            O uso dos carismas será tanto mais saudável e útil quanto as pessoas que a eles se abrirem forem equilibradas emocionalmente e orantes o suficiente para saber distinguir a ação do Espírito de eventuais devaneios da pessoa humana. É necessário ter respeito pelos dons de Deus; “não podemos exercê-los irresponsável e indiferentemente, com desprezo, de forma inconseqüente, olhando os nossos próprios interesses, ou dando aos carismas um relevo tão singular e único como se fossem bens totais e absolutos sobre os quais não há nada mais excelente e primeiro”.

c) Ordem

            A ordem no exercício dos carismas é uma extensão da harmonia, mas supõe autoridade e obediência. O cristão pode ser instrumento da manifestação autêntica do Espírito Santo, mas não deve esquecer que até o espírito dos profetas deve estar-lhes submissos (cf. 1 Cor 14, 32).
            São Paulo esclarece nos seguintes termos: “Quanto aos profetas, falem dois ou três e os outros julguem. Se for feita uma revelação a algum dos assistentes, cale-se o primeiro. Todos, um após outro, podeis profetizar, para todos aprenderem e serem todos exortados” (1 Cor 14, 29-31 – grifos nossos). O mecanismo que garante a ordem na manifestação dos carismas é, portanto, a confirmação, de maneira que os carismas individuais sejam abonados comunitariamente. Dessa forma, os dons são ordenados para a obediência, saindo do plano meramente individual, compondo a realidade conjunta do povo de Deus.
            Portanto, os carismas devem ser exercidos na obediência a Cristo e às autoridades constituídas. “Mas faça-se tudo com dignidade e ordem” (1 Cor 14, 40).

6. Palavra da Igreja

É oportuno destacar algumas asserções do Magistério da Igreja em relação aos carismas e seu uso:

a) “O Espírito Santo, ao confiar à Igreja-comunhão os diversos ministérios, enriquece-a com outros dons e impulsos especiais, chamados carismas. Podem assumir as mais variadas formas, tanto como expressão da liberdade absoluta do Espírito que os distribui, como em resposta às múltiplas exigências da história da Igreja. A descrição e a classificação que os textos do Novo Testamento fazem desses dons são um sinal da sua grande variedade...”:

b) “Os carismas, sejam extraordinários ou simples e humildes, são graças do Espírito Santo que têm, direta ou indiretamente, uma utilidade eclesial, ordenados como são à edificação da Igreja, ao bem dos homens e às necessidades do mundo.Também em nossos dias não falta o florescer de diversos carismas entre os fiéis leigos, homens e mulheres. São dados ao indivíduo, mas também podem ser partilhados por outros, e de tal modo perseveram no tempo como uma herança preciosa e viva, que geram uma afinidade espiritual entre as pessoas.

c) “Para exercerem este apostolado (os leigos), o Espírito Santo, que opera a santificação do povo de Deus por meio do ministério e dos sacramentos, concede também aos fiéis dons particulares (cf. 1 Cor 12,7), ‘distribuindo-os por cada um conforme lhe apraz’ (1 Cor 12,7-11), a fim de que ‘cada um ponha em serviço dos outros a graça que recebeu’, e todos atuem ‘como bons administradores da multiforme graça de Deus’ (1 Pd 4,10), para a edificação, no amor, do corpo todo. (cf. Ef 4,16). (...) Nenhum carisma está dispensado da sua referência e dependência dos pastores da Igreja. O Concílio escreve com palavras claras que o juízo acerca da sua (dos carismas) autenticidade e reto uso pertence àqueles que presidem a Igreja e aos quais compete de modo especial não extinguir o Espírito, mas julgar tudo e conservar o que é bom (cf. 1Ts 5,12 e 19-21), de modo que todos os carismas concorram, na sua diversidade e complementaridade, para o bem comum”

As palavras da Igreja tiram o medo e as dúvidas quanto à necessidade e utilidade dos carismas, bem como o direito que os fiéis leigos têm de usá-los para o bem comum. O Catecismo da Igreja Católica segue a mesma firme orientação:

“O Espírito Santo é o principio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das diversas partes do corpo. Ele opera de múltiplas maneiras a edificação do corpo inteiro na caridade, pela Palavra de Deus (...) pelas virtudes, que fazem agir segundo o bem, e enfim pelas múltiplas graças especiais (chamadas de ‘Carismas’), através das quais ‘torna os fiéis aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja”.

7. Conclusão

É importante tomar consciência de que todo bem, todo dom, todo serviço prestado ao Reino de Deus em nome de Jesus, acontece sob a ação do Espírito Santo. Sem ele nada é eficaz para o Reino de Deus. “Nunca será possível haver evangelização sem a ação do Espírito”.
Em certo sentido, foi a Renovação Carismática que resgatou, no ambiente católico, a necessidade do uso dos carismas. Por isso, os grupos de oração não devem ter medo nem resistir aos dons do Espírito, mas procurar conhecê-los cada vez mais para bem utilizá-los.

VAMOS ORAR:
É hora de intensificarmos nosso pedido: Vinde, Espírito Santo! Vinde sobre nós pessoalmente. Vinde sobre toda Igreja. Vinde sobre toda a cristandade. Nesta semana de Oração pela unidade dos cristãos Vinde sobre nós católicos, sobre os Ortodoxos, sobre os Evangélicos. Vinde sobre a humanidade inteira. Rezemos clamando nestes dias de preparação para a Solenidade de Pentecostes os sete dons do Espírito de Deus: SABEDORIA, INTELIGÊNCIA, CONSELHO, FORTALEZA, CIÊNCIA, PIEDADE E TEMOR DE DEUS,LÍNGUAS, PROFECIA, INTERPRETAÇÃO, CIÊNCIA, SABEDORIA, DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS, CURA, FÉ E MILAGRES.  
FAÇA A SUA ORAÇÃO PESSOAL TBM PEDINDO OS DONS SO SENHOR JESUS Q ELE TE OUVIRÁ

AMEM

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