QUESTÕES SOBRE MARIA
Nossa Senhora era filha única?
Provavelmente, sim. O proto-evangelho de Tiago, um documento apócrifo
(não reconhecido como inspirado por Deus), traz os nomes dos pais de
Nossa Senhora, Joaquim e Ana, e diz que Ana era estéril, tendo concebido
por um favor especial de Deus, fato comum na geração das mais
importantes figuras bíblicas, e que simboliza a total soberania e
iniciativa de Deus na condução da história do seu povo. Nesses casos,
geralmente, a gravidez é única. O mesmo documento diz que Maria foi
consagrada a Deus e educada no templo a partir dos três anos de idade.
Se
Nossa Senhora nasceu sem o pecado original, logicamente ela deve ter
ficado isenta das dores do parto, que foram impostas à mulher como
conseqüência do seu pecado por ter comido o fruto da árvore da Ciência
do Bem e do Mal (Gen 3,16). Se isso é uma verdade, por que, no terço do
Pe. José Maria, transmitido diariamente pela TV Século 21, na
representação que fazem no mistério do nascimento de Cristo, a artista
que representa Nossa Senhora aparece deitada, contorcendo-se de dores no
parto de Jesus?
De fato, sendo todas as dores humanas uma conseqüência do pecado, é
mais do que lógico acreditar que a Mãe de Deus não experimentou as dores
do parto, uma vez que foi concebida sem pecado, e também devido à
natureza sobrenatural da concepção e do parto de Jesus.
É verdade que a doutrina católica nada estabelece sobre esse pormenor.
Afirma, entretanto, a virgindade perpétua de Nossa Senhora, antes,
depois e também durante o parto de Jesus. E, se não houve
mutilação física, provavelmente também não houve dor. É o que sempre
professou a Tradição. São João Damasceno, por exemplo, escreveu (por
volta do ano 730): “Assim como ela deu à luz sem dor, também sua morte
esteve isenta de dores.” (Homilia da Natividade de Maria, 3).
Entretanto, o parto virginal, por si só, não prova a ausência de dores.
A dor nem sempre é uma conseqüência do pecado, pode ser também um ato
de amor a Deus ou de oblação em favor dos irmãos, como no caso dos
sofrimentos de Jesus e dos santos mártires. O “castigo” das dores de
parto imposto à mulher como conseqüência do pecado original é apenas uma
figura, significando que neste mundo não existe felicidade plena ou
isenta de sofrimentos, mas que estes são a oportunidade que Deus nos dá
para nosso aperfeiçoamento e conversão, para que um dia cheguemos ao
estado de vida plena junto de Deus. Significa também que a vida sempre
brota da morte, da dor, do dom de outra vida, como Jesus mostrou no
Calvário e na imagem da semente que precisa morrer, para dar frutos.
O fato é que não se pode dizer que seja um erro teológico representar
Maria em dores de parto, já que não há definições doutrinárias concretas
a esse respeito, apenas suposições.
Em minha opinião, é muito mais edificante e respeitoso acreditar na
ausência de dores. Mais ainda, não vejo necessidade alguma de examinar
essa questão, nem de recorrer a esse tipo de apelação para representar o
mistério do nascimento de Jesus. A mídia, porém – especialmente em
nossos tempos – gosta de imagens fortes, que impressionem, que choquem
até. Nota-se a tendência a um realismo extremo, muitas vezes
caricatural. E essa tendência contamina também a mídia católica, que
talvez acredite que uma cena mais “marcante” agradará mais. O que pode
até ser verdade, no caso do público mais jovem.
Diante de tais coisas, só nos resta ter paciência e rezar, entregando a
Deus nossa perplexidade e pedindo-lhe que, apesar de tudo, as pessoas
continuem podendo encontrar e seguir o caminho que leva ao céu. Afinal, é
isso o que importa. Tenhamos confiança mesmo em meio às tempestades,
cientes de que o Espírito Santo jamais abandonará a Igreja de Cristo.
Depois
do nascimento de Cristo, Maria levou as duas ofertas que a lei mandava,
a oferta queimada e a oferta pelo pecado (Lc 2,22-24 e Lv 12, 6-8).
Mas, se Maria não tinha pecado, para que levar as ofertas?
Para cumprir a lei, como boa judia que era. Jesus também não tinha
pecado, e apesar disso quis receber o batismo de conversão ministrado
por João Batista. Foi circuncidado e consagrado a Deus como todo
primogênito, e participava de bom grado, com sua família, de todos os
ritos judaicos de purificação, pois quis ser em tudo semelhante aos
homens, exceto no pecado. Ele não tinha pecado, mas assumiu sobre si os
pecados de todos os homens, a ponto de imolar-se em sacrifício por eles.
Diante disso, por que estranhar que sua Mãe se unisse a ele na
humildade e na obediência? Se o Criador e Senhor se faz servo, assumindo
totalmente a condição humana, dentro da cultura de seu povo, e se ainda
por cima se deixa tratar como o pior do pecadores, como poderia sua mãe
agir de outra forma? Além disso, ela provavelmente não sabia que tinha
sido preservada do pecado. Foi dócil instrumento aos planos de Deus sem
ter consciência da própria grandeza, como sempre acontece aos santos.
Por
que a ressurreição de Maria não consta na Bíblia? É verdade que existe o
Evangelho de Maria, à
parte?
A finalidade dos Evangelhos não é falar de Maria, e sim de Jesus e de
seus ensinamentos, que são o fundamento da doutrina da Igreja. O que se
fala de Maria, ali, é somente aquilo que está diretamente relacionado
com Jesus. Já os demais livros do Novo Testamento documentam a pregação
dos apóstolos, com a formação das primeiras comunidades. A exaltação de
Maria por Deus e seu papel de medianeira e de mãe da Igreja só começou a
ser compreendido mais tarde, quando o Novo Testamento já estava
encerrado. Logo se difundiu a crença de que Maria foi levada ao céu em
corpo e alma, antecipando a ressurreição que nos aguarda a todos. Por
não ter sido contaminada com o pecado, ela também não teria sofrido a
conseqüência do pecado, que é a deterioração do corpo após a morte. O
Dogma da Assunção Corporal de Maria foi definido oficialmente em 1950,
pelo Papa Pio XII. Sua assunção difere da ascensão de Jesus porque este
subiu ao céu por seus próprios meios, enquanto Maria foi levada por Deus
(as representações artísticas a mostram carregada por anjos). O dogma
não define se Maria chegou a experimentar a morte, ou se passou ainda em
vida para a glória celeste. Essa questão permanece em aberto. A
maioria dos teólogos acha que, se Jesus passou pela morte, também Maria
não poderia deixar de fazê-lo. É certo, porém, que seu corpo não sofreu
a corrupção, e que ela já está na glória em corpo e alma,
diferentemente dos demais seres humanos, cujo corpo só ressuscitará no
fim dos tempos.
Existe um documento apócrifo chamado Evangelho de Maria, assim como há
outros (de Tomé, de Tiago, etc.). São documentos antigos que contêm
narrativas mais ou menos contemporâneas aos quatro evangelhos, e que
podem conter informações verídicas, mas que a Igreja não reconhece como
inspirados por Deus. Não se pode garantir a autenticidade de seu
conteúdo. Ao lado de fatos verídicos, eles podem conter outros que não
passam de fantasia. Tais documentos não são considerados matéria de fé.
Há Barbacena/MG uma antiga igreja barroca dedicada a Nossa Senhora da
Boa Morte. Quando essa igreja tornou-se sede de uma paróquia, esta
passou a chamar-se “paróquia da Assunção”, porque o pároco afirma que
Nossa Senhora não morreu, sendo elevada aos céus em corpo e alma sem
passar pela morte. Muitos têm dificuldade para aceitar essa idéia,
habituados que já estão com a tradição da morte e ressurreição de Nossa
Senhora, antes de sua assunção, havendo inclusive a “Confraria de Nossa
Senhora da Boa Morte”. Penso que qualquer uma das duas hipóteses pode
ser aceita pelos católicos, mas gostaria de saber qual a doutrina mais
aceita pela Igreja a esse respeito.
Realmente, qualquer das duas hipóteses pode ser igualmente aceita,
porque a Igreja não define essa questão, mas a deixa “em aberto”. A
doutrina afirma apenas que, “terminado o curso de sua vida terrestre”,
Nossa Senhora foi elevada ao céu em corpo e alma, ou seja, é a única
pessoa, além de Jesus, que já passou pela “ressurreição da carne”, por
sua dignidade especial de mãe de Deus. É legítimo acreditar que, mesmo
não estando sujeita à lei da morte por ter nascido sem o pecado
original, ela experimentou a morte para solidarizar-se com seu divino
Filho também nesse aspecto. Creio que essa é a hipótese mais aceita, mas
não se pode afirmar com certeza nem uma, nem outra. O pároco pode ter a
sua crença a esse respeito conforme preferir, mas não a pode impor aos
seus paroquianos como sendo doutrina da Igreja, porque a Igreja não se
pronuncia sobre esse aspecto. Da mesma forma, os confrades de Nossa
Senhora da Boa Morte têm todo o direito de dar continuidade a seu culto e
suas tradições, mas não podem afirmar que o pároco está errado. Para
não prejudicar a unidade da paróquia, seria bom que se conseguisse
chegar a um acordo.
Podemos também invocar Nossa Senhora da Boa Morte com vistas à nossa
própria morte, como aquela que nos pode assistir e interceder por nós
“agora e na hora de nossa morte”, como dizemos na Ave-Maria. Ou seja,
ela pode ser chamada “Nossa Senhora da Boa Morte” mesmo que não tenha
morrido, porque nós, certamente, morreremos... e sabemos que ela, como
boa Mãe, não deixará de estar ao nosso lado nessa hora difícil e
decisiva.
Cara, muito interessante essa crepypasta ^^, meio complicado de entender se nossa senhora passo pela morte ou não, eu acredito que ela foi levada logo para o céu rs, se não acreditao poblemas é de voces xD
ResponderExcluirGostei dessa parte, Nosso senhor é muita onda, Gloria a Deus !
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Significa também que a vida sempre brota da morte, da dor, do dom de outra vida, como Jesus mostrou no Calvário e na imagem da semente que precisa morrer, para dar frutos.
Vdd Nossa Senhora e D+
ResponderExcluirnão teve mãe igual .Interessante
Nossa Senhora foi mesmo um foi mesmo algo q Deus planejou..fez a mulher mais Perfeita de Todas...Acredito q Nossa Senhora foi levada dormindo..Ja pensou q ao chegar ao Paraiso ela foi acordada com os anjos cantando pra da Boas Vindas a Mae de todos os Povos e Nacoes...Linda,Maravilhosa....Q Nossa Senhora esteja perto de Nos Sempre...Amamos a Mais bela e humilde serva...
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